Os motores do turismo brasileiro voltam a ficar aquecidos após dois anos de retração por conta da pandemia global de Covid-19. E as perspectivas para os próximos meses são bastante otimistas, de acordo com dados de diferentes instituições voltadas ao setor. O desejo de colocar o pé na estrada, que precisou ficar tanto tempo na espera, tem superado, agora, até mesmo a alta dos preços de combustível e das passagens. Desbravar lugares e viver experiências novas pelo Brasil tem movido o coração e as reservas dos viajantes nos últimos meses.
As pesquisas revelam que o turismo voltou a crescer no Brasil e está recuperando os mesmos patamares do início de 2020, quando a pandemia do Coronavírus teve início.
Uma delas é o levantamento da Associação das Operadoras de Turismo, que apontou que, somente no primeiro trimestre de 2022, houve um aumento de 25% no faturamento do turismo no Brasil, em relação ao mesmo período de 2021. A estimativa é que o setor cresça 60% até o final deste ano, passando de R$15 bilhões de receita.
Esta mesma expectativa é compartilhada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), que projeta ainda o restabelecimento do setor, nos mesmos patamares pré-pandemia, no terceiro trimestre deste ano.
2022 já começou melhor
Dados do levantamento do Conselho de Turismo da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado de São Paulo (FecomercioSP), mostram que o turismo brasileiro faturou R$ 15,3 bilhões em abril, crescendo 47,7% em relação ao mesmo período de 2021.
Vale destacar que o maior crescimento ocorreu na atividade de transporte aéreo, com um aumento de 159,7% na comparação anual e faturamento de R$ 4,6 bilhões no mês, alcançando o nível que faturava em abril de 2019, conforme apontou a FecomercioSP. Para a entidade, “a alta não é resultado de uma base fragilizada de comparação, em razão dos efeitos da pandemia, mas um indicativo real de melhora nas perspectivas do turismo nacional”.
Outros dados reforçam os bons ventos que sopram: o índice de atividades turísticas no Brasil, medido pelo IBGE, fechou o ano de 2021 com alta de 21%. Já em relação a 2022, os dados do IBGE do primeiro trimestre mostram expansão de mais de 42% das atividades turísticas em comparação ao mesmo período de 2021.
Mais turistas internacionais no Brasil
Em se tratando de turistas internacionais por aqui, a Embratur estimou que o Brasil deve receber cerca de 4,2 milhões deles até o final deste ano. Trata-se do maior número de visitantes vindos do exterior desde o princípio da pandemia de Covid-19.
No entanto, a entidade destaca que a previsão ainda é menor em comparação aos períodos anteriores à crise sanitária. Antes da pandemia, o número de turistas internacionais no Brasil ultrapassava os 6 milhões por ano.
Festas e feriados são combustível para movimentar o turismo
Para as entidades responsáveis pelo setor de turismo, os feriados de Sexta-feira Santa, Tiradentes e os desfiles de carnaval contribuíram para o crescimento, considerado significativo, em abril deste ano.
Já para os próximos meses, as apostas para atrair os visitantes e aquecer cada vez mais a cadeira produtiva do turismo estão no calendário de festas e grandes eventos por aqui. Segundo o Ministério do Turismo, são quase mil eventos em 2022.
Entre eles, em setembro, está o Rock in Rio, que volta a ser realizado na cidade do Rio de Janeiro após três anos desde a última edição brasileira do festival.
Viagens corporativas acompanham a alta
Por fim, o turismo corporativo também entra na onda crescente. O segmento fechou o primeiro semestre de 2022 com bons resultados para o mercado de eventos e as projeções para os próximos meses também são positivas.
De acordo com pesquisa realizada pela Associação Brasileira de Agências de Viagens Corporativas (Abracorp), o segmento faturou, somente no mês de maio, R$ 1,093 bilhão em relação a abril (mês que já havia sido positivo, com uma movimentação de quase R$ 875 milhões), o que mostra um crescimento de 25% e evidencia uma recuperação registrada desde o início do ano.
Diante dos dados que mostram a recuperação do turismo nos últimos meses e das boas expectativas para o futuro, é essencial que os estabelecimentos de hospedagem – hotéis, pousadas e casas de aluguel – estejam prontos para receber a demanda em ascensão.
Depois de tanto tempo privados de viajar e tendo que remarcar estadias e reservas, os viajantes estão sedentos – e mais exigentes – por lugares acolhedores, que ofereçam conforto, segurança e praticidade.
Fontes:
Exame
Correio Braziliense
Agência Brasil
CNN Brasil
A Gazeta
Jornal do Comércio